A vida dos Estudantes Angolanos em Johannesburg

Por: Katya Samuel










A minha vida sempre foi feita de muitas emoções, felizmente positivas e pelo incrível que pareça, quase sempre ando atrás delas. Depois das minhas férias escolares em Portugal, resolvi, desta feita, ampliar os meus conhecimentos linguísticos; resolvi passar uma temporada em Joanesburgo, África do Sul, para aprender a Língua Inglêsa . Ainda não completei um mês e já me apercebi que, na África do Sul, apesar do apartheid ter terminado existem vários estratos sociais: o negro, o mulato, o indiano e o branco. Como sabem, os negros são os mais afectados em termos económicos, e não só. Pretendo desenvolver esta questão numa próxima ocasião.


Apesar da capital da South ser Pretoria, ainda assim, Johannesburg, conseguiu ocupar o seu espaço, tornando-se numa das cidades mais importante da África do Sul. É a capital económica do país, por isso é que podemos encontrar muitos estrangeiros.

Podemos afirmar que também é uma cidade multicultural. Nesta cidade, podemos ver os maiores centros comerciais da South e as maiores ofertas de emprego. Tudo indica que é também uma terra de oportunidade para quem tem ideias. Mas tudo que é bom dura pouco, porque as lojas e os centros comerciais, fecham muito cedo devido à insegurança na cidade, pois; só se está seguro no período da tarde, porque quando as nuvens cobrem o sol, o pesadelo começa. Durante o dia, é uma cidade quase normal, mas no que se refere à noite, podem ocorrer vários tipos de violências: roubos, estupros e assassinatos. Aconselho a s meninas a não andarem de noite e sempre que quiserem sair, devem estar sempre bem acompanhadas e, de preferência, por um ou mais dois rapazes, pois mais vale mais prevenir do que remediar. Tudo indica que a África do Sul é o país mais afectado pelo vírus do SIDA.

Nesta linda cidade, podemos encontrar muitos estudantes angolanos; muitos deles , em vez de se dedicarem aos estudos, desviam-se dos seus objectivos, passando a ter várias namoradas, irem de festa em festa, fazer negócios de lap top, roupa, perfumes e carros enviados para Luanda. Infelizmente, os estudantes em vez de estudarem, tornam-se negociantes ou, na língua angolana, muambeiros.


Na sexta-feira, quando saí da escola, o meu primo surpreendeu-me com um convite para um evento cultural angolano para o dia 3 de Outubro, organizado pelos Eng5. Como este dia calhou num sábado, até despertou o meu interesse. Depois de tanto pensar se iria ou não, como não tinha mesmo nada para fazer, resolvi então ir ao tal evento realizado pela Agência Promotora de Eventos, Eng5.












Depois de estar no evento, vi que todos estudantes angolanos, não se desviavam dos seus objectivos como é o caso desta agencia que é formada por estudantes.

ENG5: tudo começou no Rand Tutorial College, em 2005, quando estavam a finalizar o ensino médio. Cinco colegas de escola, resolveram organizar uma festa de fim de ano e não sabiam que nome atribuir aos organizadores. Surgiu, então, a ideia de dar ao grupo o nome de Eng 5, ou seja, os 5 Engenheiros. Apesar do grupo ter surgido em 2005, só em 2009 é que realizou a primeira actividade com um torneio de futebol, onde se venderam cachorros quentes e se ofertaram roupas e outros bens de primeira necessidade.

Estes donativos, foram destinados à população Angolana mais desfavorecida residente no POMFRET, os BÚFALOS. São pessoas que no tempo do Apartheid havia sido recrutadas para lutarem do lado do antigo regime antigo (ao lado dos brancos). Hoje são pessoas desfavorecidas e ao que tudo indica que pertenciam ao partido da FNLA e outros, embora pouca eram membros da UNITA.

Note-se que, naquele tempo, o regime do Apartheid fornecia armamento à Unita, e em troca de favores, a Unita por sua vez, fornecia soldados ao mesmo regime. Após ao fim do Apartheid, essas pessoas já não são úteis, e foram abandonadas pelo governo sul-africano, que os obriga a voltarem a Angola. Mas que tudo indica que essas pessoas têm medo de regressar a Angola, assim, preferem viverem em dificuldades, porque alegam que se voltarem a Angola, acham que não terão uma casa condigna, com água e luz. Como cá tem essas mínimas condições, então preferem aguentar as dificuldades do dia-a-dia. Mas, graças a Deus, surgiram os Eng5, composto por um grupo de estudantes angolanos, como já disse mais em cima, que têm dado apoio social a essas pessoas.


No que se refere à sua segunda actividade, onde eu estive presente, realizou-se no dia 3 de Outubro deste ano. Confesso que fiquei maravilhada, com o que vi: a sala esta bem decorada, o cenário do palco estava perfeito assim como a área da restauração. Não restam dúvidas de que a competência desses jovens, é notável e também contam com o apoio do embaixador da República de Angola na South Africa.

Espero que as fotos que mostro falem por si mesmas.
Espero que esses jovens estudantes em Johannesburg, continuem a realizar mais actividades desse género.

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