A influência da televisão na formação da personalidade da criança



Para abordar este tema, gostaria de começar por dizer que ele é muito difícil e teria mais consistência se nós, em Angola, tivéssemos alguns estudos sobre a influência da televisão na personalidade das crianças.

Como não há ,e para que não entre especulações vou apenas referir-me a alguns estudiosos que reflectiram sobre esta questão e tirar as devida ilações.
Para começar importa dizer que é impossível negar que nos dias actuais a televisão predomina na grande maioria dos lugares onde o homem vive.

Os fenómenos que a televisão vem a produzir no comportamento do ser humano durante a convivência de ambos são bastante significativos.
Tais fenómenos têm início a partir da primeira fase de vida do indivíduo que é a infância desde a mais tenra idade. As crianças em sua maioria já possuem acesso a televisão, onde muitas vezes não são respeitados os limites de seus conteúdos.

Barry afirma que “não existe hoje nenhuma outra força que influencie
tão poderosamente o comportamento quanto à televisão. Observa-se na citação do autor a afirmativa de que a maior parte da aprendizagem da criança sobre o mundo e sobre os valores é a televisão em detrimento da escola e da própria família, uma vez que a tendência das famílias modernas onde os pais trabalham fora de casa é deixar cada vez mais suas crianças à frente da televisão uma vez que não desfrutam de tempo necessário para estar adequadamente cuidando dos filhos.

A partir desses pontos nota-se claramente a relevância social da televisão
uma vez que ela terá uma função formadora de aprendizagem nas crianças. Observa-se também que a televisão é uma poderosa força de influência sobre as pessoas (em particular às crianças) em virtude de ser um meio de comunicação com grande difusão em nossa sociedade. Por tais razões é importante obter-se o conhecimento a respeito de sua influência sobre o comportamento infantil verificando-se a possibilidade de serem benéficas ou não às crianças.

É fundamental que se exerça o controlo sobre a influência da televisão no
comportamento das crianças, buscando uma maior interacção a fim de que seja
possível estimular os pontos positivos e evitar reforçar os aspectos negativos, pois
poderão tornar-se comprometedoras do desenvolvimento saudável da criança.

Segundo Maccoby, muitas crianças tendem a imitar o que tem em seu ambiente, eles denominaram tais factores de “imitação selectiva” onde se observa a susceptibilidade da criança em seguir ordens de determinado meio de comunicação, no caso a televisão. Na maioria das vezes a criança tem tendência a incorporar o que vê na televisão como se fosse algo que faz parte de sua vida, ou seja, não diferencia, o real do imaginário.


Barry garante que as crianças entre 04 e 07 anos de idade tendem a
se concentrar nos adultos que são importantes para elas, imitando-lhes falas,
movimentos e ideias. O que é importante ressaltar, segundo o autor, será aorientação dada aos pais (e por consequência aos educadores que acompanham as crianças) a respeito de quais os estímulos que a televisão apresenta para as
crianças que são considerados os mais adequados para serem reforçados aos seus filhos.

O mesmo valerá ao contrário, onde os estímulos pouco valorizados
repassados pela televisão não tenham chance de prejudicá-las, ou seja, não
deverão ser reforçados ou valorizados, o que possivelmente ocasionaria um menor efeito nocivo ás crianças.


Bandura já demonstrava em suas pesquisas que as
crianças de cinco a sete anos de idade modelam seus comportamentos em função
do que assistem na televisão. Assim sendo, se for algo violento, é provável que
adoptem esse comportamento ou, se for algo que incite violência, é provável que
adoptem um comportamento não violento logo após o programa.


A respeito das mensagens da televisão sobre as crianças, Rezende através de estudo de casos observou que as crianças poderão seguir os exemplos de mensagens pouco claras e desordenadas da televisão e, portanto obterem uma
compreensão incorrecta ou equivocada a respeito da mensagem. Segundo ela as crianças tendem a procurar mais a mensagem de um programa, ou seja, aquilo que a televisão terá para ensiná-lo

Barry ressalta ainda a questão dos limites que é quando as crianças
extremamente influenciadas pelas mensagens da televisão buscam satisfazer as
necessidades que os comerciais lhes ensinam ser de grande necessidade (pode ser algum brinquedo do comercial, ou as roupas de algum personagem, ou ainda

produtos considerados motivadores pelas crianças como doces, chocolates, etc.).
Neste caso a melhor alternativa mais uma vez será pelo acompanhamento da
criança por parte dos pais, discutindo o assunto e deixando sempre bem claro os
motivos de não poder seguir um determinado roteiro imposto pela televisão por
vários motivos: como falta de dinheiro, pouca necessidade do produto, etc.

Barry ressalta ainda que as crianças deverão ter muito bem estabelecidas as horas que poderão ser dedicadas para assistir a televisão. Uma vez estabelecidos esses limites deve-se sempre levar em consideração o “tempo
familiar” dentro do tempo da criança de assistir seus programas, ou seja, a família
assistindo juntos um programa. Terá que ser sempre um momento de discutir ou
trocar ideias sobre os temas (desporto, desenhos animados ou novelas). Desse modo a televisão passa a ser uma experiência compartilhada por toda a família.

 Katya Samuel




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