Saudades da minha adolescência





Volvidos quase 2 anos que eu não sinto a brisa e o calor de uma praia tropical
É maravilhoso. Só de falar sobre o assunto sinto-me como se estivesse lá.Quando fecho os olhos sinto o cheiro do mar e o barulho das ondas como se estivessem a sussurrar aos meus ouvidos, dizendo que estão a morrer de saudades minhas. Sim, confesso que eu também estou doida para agarrá-las aos meus braços e mesmo sem saber nadar mergulharei o mais fundo que poder. Pois, penso que me libertarei das minhas angústias e irei em busca dos sonhos perdidos no meu inconsciente. Sim, tenho saudades das festas da kianda na ilha de Luanda. Saudades dos meus tempos de adolescência e dos meus amigos. Sim, quando penso os meus olhos ficam a marejados de lágrimas com saudades dos tempos que lá se foram. Eram bons. Não nos preocupávamos com nada a não ser com a escola, é claro!!!!
Todos os domingos íamos à praia, pois o tempo todo é Verão. Com os amigos, brincávamos a beira-mar com a bola, e de vez em quando, corríamos nas rochas em busca de flores que crescem junto a praia. Neste momento sinto-me invadida por sentimentos de saudades dos almoços dos sábados, que tinham horas para começar, mas sem horas para terminar. Normalmente, realizam-se aos fins-de-semana, pois é o dia em que as pessoas têm mais tempo. Ele incluía a família nuclear e a família alargada (amigos, vizinhos, amigos dos amigos, amigos dos vizinhos, conhecidos dos amigos dos amigos, amigos de infância, colegas de escola, colegas dos pais…etc)
Enfim… falar de família no contexto africano é muito complexo, pois trata-se uma cultura coletivista e não individualista. Nesse tempo eu pesava não mais de 43 kilos. Tinha o rosto meigo   com as feições muito finas e com tranças longas até a cintura. E com um olhar alegre que chegava e irradiar um sala inteira, pois com o meu sorriso consegui conquistar as pessoas com bastante facilidade. Eu era mais negra do que sou agora. Fazia muita praia e o sol debruçava no meu corpo realçando assim a negritude da minha cor de chocolate Magno” Humumumu….deve ser bom.  De facto é bom olharmos no passado para podermos compreender o futuro.   Bem, meu querido diário, por agora é tudo,Ok? Penso voltar mais aqui alguns tempos para falarmos sobre o calor dos tempos que lá vão.

Por: Katya Samuel

 
 

 

 

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