PRODUÇÃO DE LIVROS EM ANGOLA



Já faz muito tempo que não vou a Luanda e como estamos na época do Verão onde a maioria das pessoas encontram-se de férias quis satisfazer a ansiedade que nascia em mim, quando as pessoas me diziam que Angola já não era aquela Angola que eu tinha deixado há 3 anos atrás, porque muita coisa tinha mudado. Diante de tantas novidades, o meu coração disparava de tanta alegria, pois senti imenso orgulho da minha Luanda que está a crescer de vento em pompa. Assim sendo, liguei o meu pc a internet e marquei uma reserva na net viagens e como opção, escolhi a nossa companhia área Tag.

De facto, quando cheguei, gostei do que tenha visto: não há muito lixo nas ruas; alguns passeios com bancos e jardins bem arranjados; em toda esquina há um banco e um multibanco, ou multicaixa.


Vi algumas mudanças a nível da cidade de Luanda, embora não concorde com as construções de edifícios dentro de uma cidade velha, bem, se recuperassem os edifícios antigos, aí talvez eu concordaria, mas enfim…. ... , Na verdade, a minha grande preocupação não estava muito relacionada com as construções ou com as infras- estruturas da cidade, mas sim com as infra-estruturas humanas, pois, sou de opinião, que por mais que nós construamos grandes edifícios, estradas e bancos, penso que tudo isso não terá grande impacto para o desenvolvimento, pois o desenvolvimento deve ser a todos os níveis e, principalmente, a nível de desenvolvimento humano.


Diante desta situação, resolvi dar uma volta pela cidade para comprar jornais para me situar dentro dos acontecimentos do dia. De entre os vários jornais, escolhi apenas três, incluindo o Jornal de Angola. Ao ler os destaques das notícias, os meus olhos fixaram-se na secção da literatura com o seguinte destaque: “John Bela considera baixa a produção anual de livros” que diz: Num universo de 14 milhões de habitantes, havendo apenas o lançamento anual de 30 livros, com tiragem de mil exemplares por cada obra, é uma gota de água no oceano.

Isto demonstra que as instituições estatais e privadas têm de trabalhar mais ,para que se apresentem mais livros e se criem mais incentivos á leitura”


Como é que as editoras vão lançar muitos livros se os angolanos não lêem?
Na verdade, as editoras só lançam livros de acordo com a procura, porque o que se passa é que grande parte da juventude angolana não está preocupada com o conhecimento, mas sim com a música, discoteca, sexo e em acumular o maior número de namorada ou namorados.


Como é que podemos afirmar que estamos a crescer se a nível de recursos humanos estamos mal?
Penso que o Ministérios da Educação e da Cultura, deviam criar programas de incentivo a leitura para poderem reduzir o défice da leitura nos angolanos, criando concursos de literários e em vez de concursos de Mbundas e fazerem publicidades dos livros tal como fazem com as músicas e com as bebidas.
Se assim o fizermos, então aí sim, estaremos a caminhar para a mudança e para o crescimento, pois um pais só cresce quando as pessoas estão preocupadas com o conhecimento .


Bibliografia: Jornal de Angola. Sexta- feira, 31 de Junho de 2009.

Comentários

Unknown disse…
Não é motivo para tristezas num país como Angola. Em Portugal onde há mais "letrados" a maioria da população só lê revistas de fofocas, jornais de futebol e sencionalistas.
Será sempre uma minoria a interessar-se por livros que realmente deixem alguma coisa.
real republica disse…
"águas das fontes calai
óh ribeiras chorai
que eu nãovolto a cantar"

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